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Tecnologia

O futuro da medicina está na criação de diagnósticos personalizados

Inteligência aumentada deve revolucionar a forma de tratar as doenças, segundo especialista da IBM

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Karina Campos com edição de Soraia Yoshida
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O computador Watson IBM : inteligência artificial a serviço de todas as áreas (Foto: Carolyn Cole/Los Angeles Times via Getty Images)

E se existisse uma maneira da medicina criar um diagnóstico perfeito para você ao invés de se basear em estudos feitos com pessoas de perfis completamente diferentes do seu? Essa questão foi levantada por Mariana Perroni, médica intensivista e Healthcare Transformation da IBM, durante o evento "One - SingularityU São Paulo Chapter".

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Com tantas tecnologias surgindo e informações acumuladas cada vez mais rapidamente em dispositivos de fácil acesso como os smartphones, a possibilidade de criar um diagnóstico desse tipo fica muito mais fácil. Para Mariana, o futuro da medicina é a criação de diagnósticos personalizados.

“O grande desafio para a gente realmente inovar em saúde é usar esses dados a nosso favor, tornando o cuidado mais proativo e constante – ao invés de reativo quando o problema ocorre –, e principalmente cada vez mais personalizado”.

Segundo a médica, os testes de tratamentos para doenças como o câncer, por exemplo, são feitos em sua maioria em homens, brancos, com menos de 65 anos e americanos. Esses testes servem como base para distribuir tratamentos para pessoas no mundo inteiro, que possuem uma genética completamente diferente daqueles que participaram da pesquisa.

“Apesar de termos realizado coisas incríveis, a medicina ainda falha em seu propósito principal, que é entregar o que as pessoas precisam. Quando pensamos em como vamos tratar um indivíduo, precisamos pensar em eficácia, segurança e eficiência dos tratamentos”, explicou.

De acordo com Mariana Perroni, um paciente com câncer chega a gerar um um terabyte de dados por dia – e apenas 0,5% dessas informações é analisado. “Dados começaram a ser interessantes e a medicina não demorou a perceber isso", disse a médica. "Por esse motivo, o Watson desenvolvido pela IBM logo chamou a atenção dos grandes centros de pesquisa”.

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De acordo com Mariana, já existem tratamentos sendo desenvolvidos com o auxilio da inteligência aumentada. Alguns processos permitem que, no momento da consulta, o sistema possa "ler" o prontuário do paciente, cruzar as informações com o toda a literatura cientifica disponível e o tratamento recebido por oncologistas para trazer de forma probabilística – similar ao que um médico faria – os tratamentos mais adequados para aquele paciente.

“Usamos o Watson e a computação cognitiva para mudar a forma que se trata o câncer. Atualmente tratamos o câncer pelo órgão. Com ferramentas assim tornamos o tratamento muito mais personalizado, tratamos o câncer da pessoa e não do órgão”, disse a médica

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